Como Calcular uma Bomba Centrífuga em 7 passos

Bomba centrífuga desempenha um papel vital em diversos setores industriais, sendo essenciais para o transporte eficiente de líquidos de um ponto a outro. Essas bombas operam convertendo energia mecânica em energia cinética e potencial, permitindo que o fluido seja movido de forma eficaz.

Para garantir o desempenho ideal e a durabilidade da bomba, é crucial realizar um cálculo preciso, levando em conta as características específicas do sistema, como vazão, altura manométrica, potência necessária, velocidade específica, NPSH (Net Positive Suction Head) disponível e requerido, ponto de operação e curva do sistema.

Esses fatores são fundamentais para assegurar que a bomba funcione de maneira eficiente e sem problemas operacionais ou de manutenção.

Com essas informações, você vai garantir que a bomba atenderá à demanda necessária de maneira eficiente e sem problemas operacionais e de manutenção.

Para obter uma visão detalhada sobre o funcionamento das bombas centrífugas, clique aqui e leia nosso artigo completo.

Exemplo prático de como calcular uma bomba centrífuga

Uma planta química produz 90 m³/h de condensado de processo numa temperatura de 30°C, densidade de 992,0 kg/m³, pressão de vapor 72 mmHg e viscosidade de 1,1 cP.

Este condensado será aproveitado em outra planta química que está a 1,2 km de distancia de acordo com desenho da figura 01.

A pressão sucção é 34,2 ft, já na descarga é 118,9 ft. Os dois tanques estão na pressão atmosférica.

Primeiro passo é organizar os dados

A organização dos dados é muito importante para evitar erros na hora dos cálculos. Essas informações geralmente não estão nas mesmas unidades de medida, sendo necessário padronizá-las. Fique atento nas unidades de medidas.

Converter as unidades de acordo com as fórmulas antes do cálculo economiza tempo e evita erros.

Dados para os cálculos

Calcular NPSH disponível da Bomba centrifuga ( NPSHd)

Para evitar cavitação é preciso se atentar a na pressão mínima do sistema e comparar com a pressão de vapor do fluido. (Clique aqui para saber mais sobre calculo de NPSH disponível)

NPSH(d) = Pressãosucção – Pvap  + ΔH

NPSH(d) = 34,2 – 3,24 + 1,64 = 32,6 ft

Calcular Altura Manométrica

A altura manométrica é importante em sistemas de bombeamento, pois descreve a energia total associada ao fluxo que precisa ser transportado, vencendo as perdas de carga do sistema.

A HMT (altura manométrica total, em inglês) é expressa em unidades de comprimento, como metros.

Formula:

HMT = Altura Manométrica total (m) Ps = Pressão de sucção (em Pascals)

Pd = Pressão de descarga (em Pascals) Ρ = Densidade do fluído ( em Kg/m³)

v = Velocidade do fluído (m/s) hf = Perdas de carga no sistema (m)

g = Acelereação gravitacional ( 9,81 m/s)

Neste exemplo prático as perdas de carga já foram calculadas = 118,9 ft

HMT = 87,4 ft

Com essas informações, já podemos preencher a folha de dados e enviá-la ao mercado para obter cotações para a aquisição de uma bomba centrífuga que atenda a essa condição de processo.

Velocidade especifica

Velocidade específica de sucção é um critério de desempenho de uma bomba em relação à cavitação. Para uma bomba de projeto normal, os valores de Nss variam de 6.500 a 12.000.

Se ultrapassar esse valor, a bomba pode entrar no processo de cavitação, sofrer perda de carga, aumento de ruído e desgaste, além de maior consumo de energia.

Para verificar esta variável, utilizamos a seguinte fórmula:

Ponto de Operação

O ponto de operação de uma bomba centrífuga é o ponto em que a bomba está operando em uma determinada condição de processo, com uma vazão e uma pressão específica.

Ele é definido pela intersecção da curva característica da bomba com a curva do sistema em que a bomba está operando. É importante para garantir que a bomba esteja operando de maneira eficiente e econômica, com o menor consumo de energia possível.

Além disso, o ponto de operação também ajuda a garantir que a bomba esteja operando dentro de seus limites de desempenho, o que ajuda a prolongar sua vida útil e reduzir os custos de manutenção.

Curva do Sistema

A curva do sistema mostra a variação da perda de carga no sistema de acordo com a variação da vazão. Dessa forma, a curva representa a relação entre a vazão e a altura manométrica exigida pelo sistema no qual a bomba está operando.

Essa curva é determinada com base nas especificações do sistema, como o diâmetro da tubulação, a perda de carga e a altura do ponto de descarga.

A curva característica da bomba representa a relação entre a vazão e a altura manométrica gerada pela bomba em diferentes condições de operação.

Essa curva é determinada pelo fabricante da bomba e fornece informações importantes sobre o desempenho da bomba em diferentes condições de operação.

Ponto ótimo de operação

O ponto ótimo de operação de uma bomba centrífuga é o ponto em que a bomba opera com a máxima eficiência e com o menor consumo de energia possível, para uma determinada condição de processo.

Esse ponto é determinado pelo cruzamento da curva característica da bomba com a curva do sistema em que a bomba está operando.

O ponto ótimo de operação é geralmente definido pelo ponto de maior eficiência da bomba, conhecido como “ponto de melhor eficiência” ou “BEP” (do inglês, Best Efficiency Point).

Nesse ponto, a bomba opera com o menor consumo de energia possível para uma determinada vazão e altura manométrica.

As características operacionais de uma bomba são convenientemente mostradas plotando a altura (h), a potência (P) e a eficiência (n) em relação ao fluxo (Q).

É importante observar que a eficiência atinge um valor máximo e depois diminui, enquanto a altura no início diminui lentamente com Q, mas eventualmente diminui rapidamente.

As condições ideais de operação são mostradas como o ponto de serviço, ou seja, o ponto onde a curva de altura corta a ordenada através do ponto de eficiência máxima.

Onde H é o head (ft) e Q a capacidade volumétrica (gpm), assim as constantes a, b e c contemplam a especificação da curva da bomba. O fabricante irá determinar estas constantes extraídas da curva.

Conclusão:

O dimensionamento correto de uma bomba centrífuga envolve uma série de cálculos detalhados e a consideração de múltiplos fatores operacionais.

No exemplo prático abordado, destacamos a importância de organizar os dados de entrada, converter unidades de medida adequadamente e calcular parâmetros essenciais como o NPSH disponível e a altura manométrica total.

Além disso, entender o ponto de operação e a curva do sistema é crucial para garantir que a bomba opere de forma eficiente, minimizando custos de energia e manutenção.

Com essas informações, é possível escolher a bomba centrífuga mais adequada para atender às necessidades específicas do processo, garantindo assim a eficiência e a longevidade do equipamento.

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